2018-01-12

0012. Banalidade








Mais uma vez penso na (im)perfeita banalidade dos meus pensamentos... [1]
Mais uma vez me contento em saber que por momentos sou algo[2] que não sei…
Lanço momentos para um qualquer papel, e mais tarde, entretenho-me a dar-lhe vida literalmente…

Sinto-Me longe de mim…
Olho-Me desassossegado para a curiosa capicua que gera a inversão do papel[3] e os lábios esboçam um impávido sorriso. Ao contrário tudo permanece semelhante, tal como eu…
Canso-Me o desespero de pensar...
Canso-Me a satisfação de pensar…

E quando finalmente regresso a mim, resta a banalidade das sensações como se reiniciasse outra forma de vida (como um perfeito pessoano[4] vivendo interiormente o sonho…).

E quando finalmente regresso a mim, resta a realidade do último ato de amor… -o mais recente pensamento que remeterei para subterfúgios do subconsciente.

Autor: Carlos Silva
Data: 1996-06-09
Imagem: Internet
Obs:
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[1] A banalidade do momento… o Agora… o Ser… o Não-Ser… a Consciência da efemeridade da vida… o pensamento sobre as sensações do último ato de amor…
[2] Alguém
[3]Data: 9 6 9 6 a inversão fica igual.
[4]F. Pessoa


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2018-01-11

0011. Escrever


    






Porque me escrevo?!

Escrevo-me porque preciso escrever-me!
Escrevo-me porque desejo escrever-me!
Escrevo-me porque preciso respirar!
Escrevo-me porque preciso amar!

Escrevo-me como um louco deambulando Pensamento…
Escrevo-me Agora mesmo… escrevendo o Momento…
Mesmo sabendo que possivelmente não chegarei...
A meu lado…
A outro lado…
Ou a nenhum lado!


Hoje apeteceu-me escrever…



Autor: Carlos Silva
Data: 1999-06-09
Imagem: Internet
Obs: Porque me escrevo
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2018-01-10

0010. Escrevo-me







Escrevo-me Sonho!
Escrevo-me Sentimento!
Escrevo-me Pensamento!

Sonho-me como a maioria dos comuns mortais…
Eternos, ridículos e banais...
Restando aproximação à evidente substância dos demais…
À forma que realmente sinto e penso que sou.

Sinto-me como a maioria do Sentimento...
Sentido num efémero momento…
Restando despido de sentimento…
Mergulhado no mais antípoda dos universos linguísticos.

Penso-me como esta simples Paisagem…
Interferindo com esta Imagem[1]...
Abstrações desta minha passagem[2]
Terminando sempre por desconhecer o fim que chegarei.

Escrevo sem limite…
Escrevo simplesmente esta primária integridade intelectual[3]
Escrevo este fugaz caminho a percorrer...
Escrevo esta Possível Verdade de Ser.

Autor: Carlos Silva
Data: 1995-07-14
Imagem: Carlos Silva
Obs: Escrevo-me…
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[1]Interior e exterior
[2] Realidade
[3]Felicidade


2018-01-09

0009. A Fernando Pessoa


  






“Somos do tamanho dos nossos sonhos…”
(Fernando Pessoa)

Somos realmente do tamanho do que sonhamos… e se sonhamos porque não tornar os sonhos realidade?
Pessoa
Pessoa mais pessoa seria
Se tão cedo não se despedia
Se tanto não se dispersasse em histeroneurastenia

Pessoa mais pessoa seria
Se da desventura não tivesse consciência
Se d’(in)verdade não fosse tão desmedida cidadania

Pessoa mais pessoa seria
Se bem-aventurada fosse a essência da emoção
Se mais tivesse amado e menos tivesse dividido

Pessoa mais pessoa seria
Se menos fingidor tivesse sido
Se mais Sensorialmente tivesse vivido

Quem sabe menos emoções tivera sentido
Simples pessoa e Pessoa não tivera sido
Dos leitores que o usufruem sentido

Pessoa é Poesia Sentida
Sangue d’ Imagem Viva
Palavra e Pão de Portugal

Terra Mar Absoluto Universal




Autor: Carlos Silva
Data: Desconhecida
Imagem: Internet
Obs:
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2018-01-08

0008. A Richard Dawkins


  



“Imagine-se, com John Lennon, um mundo sem religião. Imagine-se que não há bombistas suicidas, 11 de setembro, atentados de Londres, cruzadas, caça às bruxas, conspiração da pólvora, divisão da Índia, guerras israelo-palestinianas, massacres de sérvios/croatas/muçulmanos, perseguição de judeus enquanto «assassinos de Cristo», «problemas» na Irlanda do Norte, «assassínios por motivos de honra», televangelistas de fato lustroso e cabelo armado a tosquiar o dinheiro de rebanhos ingénuos (“Deus quer que dês até te doer”). Imagine-se que não há talibãs a fazer explodir estátuas antigas, decapitações públicas de blasfemos, flagelação de mulheres por exibirem um centímetro de pele.”

 

Estas palavras constam na introdução do Livro “A Desilusão de Deus” de Richard Dawkins”[1] que li quase sem parar…

A Desilusão de Deus

Há momentos que mudam a História… e possivelmente a “Desilusão de Deus” de Richard Dawkins é um deles!

Quando, por acaso, destapei o momento, ao encetar a descoberta fiquei verdadeiramente entusiasmado, preso ao desejo de continuar a descobrir…

Curiosamente tem no “Prefácio” o Prefácio que sonhara aquando da primeira vez que me ocorrera criar um dito “livro” ou algo que com tal se assemelhe… precisamente o mesmo poema de Lennon que gerou o meu “despertar” e transformar em realidade todo este sonho… coincidência!

Fez-me recordar o adolescente que casualmente nascera em religião, a olhava com relativa indiferença e, no fundo, apenas reforçaria a conceção que começava a ter da mais pura realidade: “É possível ser-se ateu sem deixar de ser uma pessoa feliz, com sentido moral e intelectualmente realizado” ... e que o poder da razão é mais forte que qualquer crença… (pela verdade!) ainda que a última esteja enraizada em milhares de anos de história…

Fez-me recordar, que a “doutrinação de infância” jamais poderá moldar uma personalidade cuja inteligência inata seja suficientemente forte e instruída.

Fez-me sobretudo reforçar ainda mais o “espírito ateísta” e levá-lo ao livre entendimento sobre a vida e a realidade… assente numa mente aberta e sã.

 

Fez-me “despertar ainda mais consciências!”



[1] Defensor intransigente da evolução segundo a teoria de Darwin, é um divulgador ágil da ciência e do pensamento científico.


Autor: Carlos Silva
Data: 2008-02-09
Imagem: Capa Livro: ”A Desilusão de Deus”
Obs: Fez-me recordar o adolescente que casualmente nascera em religião, a olhava com relativa indiferença e, no fundo, apenas reforçaria a conceção que começava a ter da mais pura realidade: “É possível ser-se ateu sem deixar de ser uma pessoa feliz, com sentido moral e intelectualmente realizado”!
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2018-01-06

0007. Aproximação








No preciso momento em que reproduzo este inaudível som, outros sons se elevam, outros sentimentos[1] aleitam, roçando a essência original...
“Imagine”[2] irrompe e dissemina toda esta deliciosa voluptuosidade mental…
Imagino o piano…
Imagino a imagem envolvente…
Imagino absolutamente a imensidão de “Imagine”…
Imagino todo o êxtase num êxtase desmesurável…
Tão próximo aproximo que as imagens se confundem ao desabrochar…
Não sei que imagem conceberei[3]
Não sei que auréola musical alimentarei…
Sei que remanesce esta auréola literal... este harmonioso paralelismo debruçado sobre as vertentes…
Como apraz aproximar ambas…
Como apraz sentir e fazer sentir a música das palavras…
Como apraz a autenticidade deste admirável som de símbolos e regras envolventes...
Como desperta horizontes o sonho de Lennon…
Como desperta horizontes a minha realidade…
Como liberta a sua Imaginação…
Como estimula a minha Consciência…
Como dá asas ao meu Ser…
A música das palavras!


Autor: Carlos Silva
Data: 1995-11-06
Imagem: Internet
Obs: Como apraz aproximar ambas… (grafia / música)
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[1] Imagens mentais
[2] John Lennon
[3] Que imagens se formarão a partir desta


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